Portal

O Instituto da Criança (ICr) do HCFMUSP iniciou nesta quarta-feira, 01/08, as comemorações da Semana Mundial do Aleitamento Materno. A mesa de abertura do evento contou com a presença da profa. Magda Carneiro Sampaio, diretora do ICr, do prof. Yassuhiko Okay, vice-presidente da Fundação Faculdade de Medicina, e do prof. Jose Otavio Costa Auler Jr., diretor da Faculdade de Medicina da USP e presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas, além de professoras do Departamento de Pediatria da FMUSP.

Logo após, as atividades foram iniciadas com uma aula sobre “Amamentação, a base da vida”, tema da Semana Mundial de 2018, ministrada pela profa. Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil, do Centro Neonatal do Instituto da Criança, e de uma apresentação da profa. Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck sobre “Prevalência do Aleitamento Materno no Brasil”.

A dra. Valdenise enfatizou a importância da amamentação para a saúde do recém-nascido e também para a saúde da mãe. Explicou as vantagens, os aspectos econômicos e reforçou que o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros de vida do bebê é responsável por 13% na queda da mortalidade infantil de crianças até 5 anos.

A professora também comentou sobre o aumento na taxa de mortalidade infantil, que cresceu 5% entre 2015 e 2016. “Esse aumento pode estar associado com o aleitamento materno, que depois de crescer até 2006, acabou se estabilizando” ponderou a professora. Mas ela adverte que esse não é o único motivo. A crise financeira do país e a rejeição à vacinação por parte de um grupo de mães também influenciam, assim como uma série de outras causas. “Mas se o aleitamento estivesse em ascensão talvez a mortalidade não tivesse aumentado”, reforçou. Por isso, destacou a importância de se falar de aleitamento materno não apenas durante esta semana, mas durante todo o ano.

Além de proteger contra doenças imediatas, como infecções, diarreias e meningites, por exemplo, a amamentação protege contra doenças futuras como diabetes tipo 1 e 2, que apresenta uma taxa de 30 a 35% menor entre os que consumiram leite materno nos seis primeiros meses, contra doenças alérgicas e autoimunes e contra doenças oncológicas, como a leucemia e na prevenção contra a síndrome da morte súbita. A Dra. Valdenise também destacou um estudo do dr. César Victora, do Rio Grande do Sul, que acompanhou um grupo de 3.500 crianças durante 30 anos, entre 1992 e 2012, e comprovou que o leite materno está relacionado com o aumento de QI em cerca de 3 ou 4 pontos e com o aumento da renda quando adulto.

Além disso, a professora enfatizou a proteção da mãe que amamenta contra câncer de mama e ovário, diabetes tipo 2, osteoporose e depressão pós-parto, entre outras doenças.

A Semana Mundial de Aleitamento Materno acontece entre 01 e 07 em mais de 170 países.  Acompanhe a programação no Instituto da Criança no cartaz abaixo.


Profa. Valdenise Martins Laurindo Tuma Calil - ICr