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No dia 22 de fevereiro de 2021, o Prédio Principal da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) será iluminado, na cor vermelha, em homenagem ao Dia Mundial da Encefalite. Um movimento crescente que já acontece em mais de 25 países, iniciado no Reino Unido, em 2014, e reúne forças e pesquisadores de diversas áreas para mudar a realidade dos portadores dessa síndrome viral.

O movimento é organizado pela Encephalitis Society, com o objetivo de informar e conscientizar as pessoas sobre essa doença que provoca inflamação cerebral, além de ser a mesma instituição que concedeu, recentemente, auxílio para o desenvolvimento do projeto “Características clínicas e laboratoriais da encefalite associada ao vírus Chikungunya”. Um estudo que possui como responsáveis a Dra. Aline de Moura Brasil Matos e a Dra. Camila Malta Romano, pesquisadoras da FMUSP e do Instituto de Medicina Tropical, em colaboração com Fernanda Martins Maia, da Universidade de Fortaleza, e Augusto Cesar Penalva de Oliveira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

“A encefalite pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou por ataques de autoanticorpos. Suas sequelas costumam ser graves: declínio cognitivo, déficit motor, visual, auditivo e sensitivo. No entanto, estima-se que cerca de 78% das pessoas no mundo não sabem o que é encefalite e profissionais de saúde, muitas vezes, levam dias para identificar a doença”, afirma a Dra. Camila Malta Romano.

A pesquisa tem o propósito de avalia dados clínicos e demográficos de pacientes acometidos por encefalite associada ao vírus Chikungunya, entre 2015 e 2019, na cidade de Fortaleza, no Ceará, em meio a um surto triplo de Dengue, Zika e Chikungunya. Além do aumento da incidência de casos de febre e dor articular, que também foram notáveis no aumento de casos de encefalite, semelhante ao que aconteceu em La Reunion Island, entre 2005 e 2009. E, para complementar, será avaliado o dano neuronal causado, mensurando o biomarcador neurofilamento de cadeia leve e comparando seus títulos aos desfechos clínicos de cada paciente.

A Dra. Aline de Moura Brasil Matos afirma que “até 60% dos casos de encefalite são de causa desconhecida. A Chikungunya, por exemplo, era uma etiologia que não se conhecia até pouco tempo. A investigação das encefalites, o diagnóstico precoce e pesquisas na área são fundamentais para a redução da alta morbimortalidade associada a todos os tipos de encefalite”.