Impacto social: conheça os projetos Consultório na Rua e FMUSP Solidária

Notícias Alumni

Em tempos de crescente desigualdade social, dois projetos da Faculdade de Medicina da USP mostram que a formação médica vai muito além da sala de aula. O estágio eletivo Consultório na Rua e o projeto de extensão FMUSP Solidária têm levado alunos às ruas do centro de São Paulo para vivências que integram conhecimento técnico, sensibilidade social e compromisso com o Sistema Único de Saúde (SUS).

Voltado aos estudantes do 5º ano, o Consultório na Rua existe há três anos e é realizado em parceria com a organização Bompar. O estágio acompanha equipes multiprofissionais que atuam diretamente com a população em situação de rua. Em três semanas de atividade, os alunos são inseridos em um cotidiano de múltiplas vulnerabilidades e aprendem a lidar com desafios reais da medicina em diferentes contextos sociais.

“Proporcionamos um ambiente de aprendizado onde os estudantes se sintam seguros ao terem contato com as práticas assistenciais do SUS em realidades de alta vulnerabilidade”, explica a Profa. Dra. Mariana Eri Sato, supervisora técnico-administrativa do Programa de Atenção Primária da Faculdade. Além dos atendimentos, há atividades como visitas culturais e rodas de conversa, que ajudam a estabelecer vínculo com os pacientes.

Já o FMUSP Solidária surgiu em 2019 como um projeto de extensão que conecta alunos e médicos voluntários ao cuidado de pessoas acolhidas por organizações como a Missão Belém e a Casa Guadalupe. Reestruturado durante a pandemia, o projeto já ofereceu mais de 250 atendimentos e está iniciando uma nova fase, voltada à produção científica.

“Preenchemos uma lacuna do serviço público. Muitos pacientes jamais haviam recebido atendimento médico”, diz João Pedro Cruz, aluno do 3º ano e presidente do projeto. Além da atuação prática, surgiram pesquisas em áreas como Dermatologia, Psiquiatria, Cuidados Paliativos, Ensino Médico, Epidemiologia e Clínica Médica. “Submetemos um projeto ao Comitê de Ética da FMUSP para iniciar pesquisas longitudinais, que podem tornar os atendimentos ainda mais efetivos”, completa.

Com expectativa de crescimento, o projeto está aberto à participação de mais médicos voluntários.

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